quarta-feira, 30 de julho de 2014

XXVIII Mostra de Arte Da Granja Viana





XXVIII Mostra de Arte Da Granja Viana


Centro Brasileiro Britânico - Rua Ferreira de Araújo, 741 - Pinheiros - SP de 27 de julho à 17 de agosto

A artista plástica e curadora do departamento de Arte e Cultura da Associação Desportiva e Cultural Atletas do Bem, Sandra Honors  participou da "XXVII Mostra de Arte da Granja Viana, no Centro Brasileiro Britânico.
Participam também da mostra os artistas Shoko Suzuki, Kenichi Kaneko, Bia Black, Daniel Spalato, Fritz Berg, Giuliano Bianchi, Paulo Nunes, Rosely Epsztein e Simon Abuhab,e os amigos dos Atletas do Bem, Giuseppe Ranzini,   Sylvia Moore, Silvana Borges, Angela Espínola, Selma Craveiro, Ana Bittar, além de outros talentosos artistas.
Ao todos, são 150 obras de 76 artistas plásticos.
As peças – telas, desenhos, gravuras, esculturas e peças de cerâmicas – 1/3 do valor arrecadado com as vendas será revertido para a associação beneficente de assistência social Vida – Casa de Apoio, que atende anualmente cerca de 68 mil pessoas carentes de Cotia, na Grande São Paulo.


Abner Escher,Roberto Losada,Sandra Honors e Hamilton Dorigatti

Amigos dos atletas do Bem prestigiando a mostra

A artista Sandra Honors e amigos

A artista com amigas queridas que prestigiaram o evento

Recebendo certificado de participação

Sandra Honors junto às obras de Sylvia Moore
Paulo Byron e Sandra Honors junto às obras de Silvana Borges
Giuseppe Ranzini e Angela Espínola e obras de Angela
Sandra Honors junto às obras de Silvanan Borges
Sylvia Moore e suas obras
Selma Craveiro junto às suas obras
Artista Giuseppe Ranzini e Roberto Losada junto às obras do artista
Artista Giuseppe Ranzini e amigos, junto às obras do artista
Silvana Borges junto às suas obras
Obras de Ana Bittar
A artista Ana Bittar e Hamilton Dorigatti junto às obras de Ana
Convite da Mostra
Banner da mostra

Obras da artista Sandra Honors


























quinta-feira, 22 de maio de 2014

O que é Arte?

Eu não sei o que é Arte, e se algum dia conseguiremos chegar a um conceito que convença e agrade a todos.
Mas, esse vídeo chegou perto demais de responder essa pergunta.
Pra mim a Arte deveria significar algo assim, como, inspiração, pontes sendo construídas, rompendo barreiras e abismos!
A realidade sendo constantemente desafiada e convidada a brincar de faz de conta! Tantas e tantas vezes, que de repente, nem ela mesma saberia a diferença entre o que a vida é e o que poderia ser! Real ou imaginária, o que é mesmo a Vida?


sexta-feira, 21 de março de 2014

Masaccio



Masaccio:

Tomaso di Giovanni, conhecido como Masaccio (1401 – 1428) foi um grande pintor renacentista.

Um artista revolucionário por suas novas concepções de espaço, onde figuras intensamente modeladas pelo "claro-escuro", dotadas de volume e de realismo, ocupam igualmente um espaço real, concreto e mensurável. Razão pela qual, Masaccio ocupa um lugar decisivo na história da arte ocidental.

A Trindade é um dos mais famosos afrescos de Masaccio e encontra-se na igreja de Santa Maria Novella , em Florença. A obra, provavelmente executada em 1427, representa a coquista de sua plena maturidade artística, realizada pouco antes de sua morte prematura em Roma, em 1428.

O tema da pintura é a Santíssima Trindade: Deus, o Espírito Santo - na forma de uma pomba e Cristo. É visível o seu sofrimento e ao mesmo tempo é impressionante a representação de seu corpo e de sua gravidade , preso na cruz. Ao lado da cruz, Virgem Maria, retratada como uma mulher madura, apontando para Cristo, a salvação dos homens; do outro lado encontra-se João Batista. Fora do espaço sagrado, num plano mais abaixo , de joelhos, os patronos. ( os que pagaram ao pintor para realização da obra); os doadores como testemunhas da crucificação.

O artista aplica as regras da perspectiva científica na pintura . Ficamos imediatamente fascinados pela incrível profundidade espacial da arquitetura, numa visão tridimensional nunca antes realizada sobre uma superfície plana, tal como uma parede .

Ele utilizou várias técnicas de perspectiva para dar ao espectador a ilusão de que a cena era real. Quando Masaccio pintou o afresco , tamanha era a perfeição do uso da perspectiva linear empregada por ele, que as pessoas pensavam que havia sido aberta uma cavidade na parede da Igreja de Santa Maria Novella , e ali fora erguida uma capela.

O artista pensou toda a cena, imaginando que o espectador a veria de baixo para cima, e criou um teto em arco, colunas e capitéis, mostrando a construção do espaço e das figuras bem modeladas, incrivelmente reais. Um espaço racional, com profundidade e realismo em uma pintura.

As figuras estão dispostas em uma composição piramidal e na parte inferior, um esqueleto repousa sobre um sarcófago com a inscrição "Aquilo que sou, vós também sereis".Mostrando a todos nós que a morte é inevitável.

As figuras pintadas com realismo por Masaccio , estão em um espaço concreto e mensurável, colocando um fim à concepção medieval da pintura, dando início a um novo período da história: O Renascimento ; a noção de que o home pode observar, entender e até certa medida, controlar o seu mundo, a serviço de Deus.

Sandra Honors



quarta-feira, 19 de março de 2014

Giotto


Giotto di Bondone mais conhecido simplesmente por Giotto - 1267 - 1337 foi um pintor e arquiteto, conhecido na história da arte pela introdução da perspectiva na pintura, durante o Renascimento.

Com Giotto, começamos a notar a substância corpórea das figuras retratadas, além da expressividade dos rostos e das mãos. São retratos verdadeiros capazes de expressar as nuances da alma humana. Uma novidade absoluta em relação às figuras planas e hieráticas da tradição estabelecida pela arte bizantina. Pela primeira vez na história as figuras pintadas são tratadas como massas sólidas, que lançam suas sombras dentro do espaço com profundidade tridimensional. Com Giotto, a pintura deixa de ser apenas uma imagem devocional, para se tornar uma narrativa. Eventos e passagens que ocorreram num tempo e lugar específicos, com paisagens bastante convincentes e uma arquitetura autêntica e habitável. Estas são as razões que o tornam Giotto um revolucionário com um lugar relevante e decisivo na história da arte ocidental.
O legado da arte de Giotto nos possibilita a compreensão do pensamento humanista que surgia durante o século XIV.
Em " a história de são Francisco de Assis" , este foi representado humanizado e não sobre-humano como era de costume representar as figuras sacras da época, onde a arte até então, era voltada para a religião, seguindo os moldes da arte bizantina: Uma imagem do santo centralizada, imóvel, e ao redor, pequenas cenas que contavam sua história. Ao contrário, Giotto em sua obra conta, narra a vida cotidiana de São Francisco.




Os personagens em sua obra não são todos iguais,como na tradição bizantina, mas sim, personagens individualizados, com expressão singular em seus rostos, na linguagem das mãos das figuras que se olham, que atuam, interagem.

Sandra Honors

terça-feira, 4 de março de 2014

Nastagio Degli Onesti



Decameron , uma coleção de cem novelas escritas por Boccaccio, entre 1348 e 1353.



É uma obra considerada um marco literário, onde mostra o período de transição vivido na Europa ao final da Idade Média, após o advento da Peste Negra.

Dez jovens , sendo sete moças e três rapazes, fogem das cidades tomadas pela peste que dizimava o continente Europeu e se recolhem em uma casa no campo. O Decameron, rompendo com a mítica literatura medieval é considerada a primeira obra realista da literatura.




Sandro Botticelli retratou Nastagio Degli Onesti, uma das histórias que integram o livro Decameron, a partir da oitava novela do quinto dia: "inferno amantes cruéis. " e dividiu-a em quatro passagens que considerou essenciais, elaborando um quadro para cada cena.








Primeira obra: O Encontro Com Os Amaldiçoados na Floresta de Pinheiros

Pintado em 1483, têmpera sobre tela e mede 0,83 por 1,38 m Está exposto no Museu do Prado.
Após ser rejeitado por sua amada, Nastagio perambula sozinho e triste em uma floresta de pinheiros para refletir. Subitamente, o jovem avista uma moça nua, perseguida por um cavaleiro e seus cães. Nastagio agarra um galho de árvore para tentar defender a moça.

Segunda obra: A Caçada Infernal

Pintado em 1483, têmpera sobre tela e mede 0,83 por 1,38 . Museu do Prado.

Desolado, Nastagio assiste à terrível cena em que a mulher é abatida e o cavaleiro arranca o seu coração e vísceras e entrega aos cães que as devoram. Em seguida, na cena ao centro e ao fundo da tela, podemos ver e o cavaleiro novamente perseguindo a mesma mulher, numa caçada sem fim. É a punição do cavaleiro, que o amor sem limites por sua amada, comete suicídio, assim como, uma punição para a jovem , que em vida fora cruel com seu amante, rejeitando-o.

Terceira obra: O Banquete na Floresta de Pinheiros

Pintado em 1483, têmpera sobre tela e mede 0,83 por 1,42 m . Museu do Prado
Nastagio arquiteta um plano: convida várias pessoas para um banquete no meio da floresta, para que todos testemunhassem a terrível caçada. Sua jovem amada, de branco, observa, desesperada o desenrolar da cena. Ela teme que venha a sofrer o mesmo destino da moça nua, pois também rejeitou o rapaz que a amava.Então, envia um emissário a Nastagio,( cena à direita no quadro), dizendo que concorda em casar-se com ele.

Quarta obra: O Banquete de Casamento

Pintado em 1483, têmpera sobre tela e mede 0,83 por 1,42 m . É o único dos quatro quadros que não faz parte do acervo do Museu do Prado, em Madri, pois pertence a um colecionador particular.
Neste, o banquete de casamento de Nastagio e sua amada é celebrado.
Os brasões familiares sugerem que o quadro foi pintado na ocasião de um casamento entre dois jovens de duas famílias de Florença, os Pucci e os Binni.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Madona na Floresta - Fra Felippo Lippi



A Madona na Floresta , concluída até 1459, pintura de Filippo Lippi . A Virgem Maria e o recém- nascido Menino Jesus deitado ao chão , num cenário, íngreme, escuro e arborizado . Não há pastores , reis, boi , burro , nem São José . Lippi remove toda uma gama de detalhes narrativos, comuns na temática da natividade e adoração de Jesus na época . Foi pintado para um dos homens mais ricos da Florença renascentista, o banqueiro Cosimo de Medici .
Florença na década de 1440 vivia um momento expansivo em sua história. Cosimo era o homem mais rico de Florença, um homem de poder , que ciente de ter levado uma vida pecaminosa . Tinha um filho bastardo e enriquecera emprestando dinheiro e cobrando juros , cometendo o pecado da usura , uma prática a ser punida pela eternidade no inferno .
Cosimo manda construir a primeira capela interna já feita em toda a Itália , como uma oferta de paz a Deus . Um lugar para Cosimo ajoelhar-se e fazer penitência. As paredes eram decoradas com afrescos extravagantes , incluindo um retrato de si mesmo .
Mas o coração da sala seria o retábulo - a Natividade. Para isso escolheu um artista famoso, o frade carmelita - Fra Filippo Lippi e o resultado foi um dos trabalhos mais inovadores e belas do Renascimento italiano .
A pintura foi um exemplo de definição de um novo gênero na arte - a adoração - onde o foco é Maria e o Menino Jesus . Baseada nas visões e nos ensinamentos de Santa Brígida da Suécia, onde Cristo, Deus feito homem é colocado entre as rochas , o próprio material do qual o nosso mundo foi feito .
Em vez de pastores e sábios , Lippi apresentou dois santos humildemente vestidos .
João Batista ,com a idade de 7 anos, quando sai de casa para levar uma vida austera no deserto. Aqui ele carrega um pergaminho que proclama em latim : Eis o Cordeiro de Deus. Acima dele , ajoelhado em oração e profunda meditação, o monge , Bernardo de Claraval , fundador da Ordem de Cister e profundo devoto da virgem. São Bernardo depois de laboriosas jornadas retirava-se para a cela para escrever obras cheias de otimismo e doçura, como o Tratado do Amor de Deus e o Comentário ao Cântico dos Cânticos que é uma declaração de amor a Maria. É também o compositor do belíssimo hino Ave Maris Stella. Também é sua a invocação: " Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria" da Salve-rainha".
Poucas pinturas sobre a Natividade tinham incluído a Santíssima Trindade - Deus Pai, Seu Filho, e o Espírito Santo, em formato de pomba . Era uma questão importante para Cosimo, que havia ajudado a resolver uma disputa teológica sobre a natureza da Trindade.
Mas a pintura também tem um lado mais sombrio . As flores silvestres que crescem a volta de Jesus menino, apesar de sua delicadeza, ocultam um fato: - Suas cinco pétalas representam as cinco chagas que Jesus receberá durante sua crucificação. No chão, um pintassilgo, pássaro que se alimenta de sementes do espinheiro , chamando a atenção para a coroa de espinhos na ocasião de seu sacrifício.

Além disso, há a paisagem inquietante . Não há o cenário tradicional do estábulo, mas uma densa floresta escura - " . Esta foi a inovação de Lippi e uma obsessão de Cosimo, a floresta em Camaldoli, leste de Florença, onde , no século XI  Romuald havia fundado um mosteiro , ao qual os Médici foram muito dedicados . Além disso, os monges derrubavam os altos pinheiros da floresta para fornecer madeira para as construções de Florença. Estas árvores caídas estão espalhadas através da pintura e lembravam também as palavras bíblicas de João Batista. "Agora está posto o machado até a raiz das árvores , e, no final , toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo" - uma evocação clara ao Juízo Final , ao fim dos tempos.
 Felippo Lippi optou por assinar a obra no cabo do machado , em um virtuoso escorço . No ano de 1459 o trabalho de Lippi foi concluído e a pintura colocado acima do altar particular de Cosimo . Quatro anos depois, Cosimo morreu . Uma década depois de terminar a Adoração Fra Filippo Lippi morreu .
Sandro Botticelli, aluno de Filippo Lippi , adotou seu estilo que também foi muito apreciado por Michelangelo. Logo, sua obra "a madona na floresta" tornou-se um dos quadros mais copiados do século XV.



http://youtu.be/H67yogB28-s

As tentações de Cristo - Sandro Botticelli







As Tentações de Cristo




Sandro Botticelli



Um afresco, encomendado a Botticelli pelo Papa Sisto IV para a capela do conclave, que se veio a chamar Capela Sistina, precisamente pelo fato de ter sido esse Papa que a mandou construir.
As três tentações de Cristo integram-se na Cena do Sacrifício Judeu. À esquerda de quem olha, ao fundo alto, vemos a tentação do pão; na cena do meio, a tentação no pináculo do templo, tentação do triunfo e da glória; à direita, a tentação das riquezas e do domínio sobre os reinos da Terra.
Interessante é o fato de o pintor as ter enquadrado na cena do Sacrifício Judaico, que diariamente se realizava diante do templo de Salomão. Observamos o Sumo Sacerdote, diante do fogo, recebendo uma taça cheia de sangue, enquanto outras pessoas levam animais (galinhas, numa bacia, ao fundo, do lado esquerdo) lenha (figura feminina, de branco, com um molho à cabeça), cacho de uvas (a criança, à frente desta última figura feminina).




O sentido do quadro parece evidente: o mundo será salvo, não pela abundância de comida (o pão), nem pelo espetáculo da glória (pináculo) nem pelo poder e riquezas deste mundo (3ª tentação). O verdadeiro sacrifício salvador é o do corpo e sangue de Cristo, prefigurado na carne dos animais sacrificados e no vinho das uvas trazidas pela criança. O próprio Cristo, rodeado de quatro anjos, logo abaixo da cena da primeira tentação, parece explicar o sentido da cena.
Na primeira tentação, vemos o demônio apontando as pedras. Como é próprio da tentação, aparece disfarçada de bem. Assim, o demônio veste hábito de monge eremita e empunha umas contas na mão esquerda, fazendo pensar que é um homem de oração. O fato de ter barbas brancas e se apoiar num bordão significa que é um monge idoso, portanto homem de virtude provada. Este tipo de disfarce tem atrás de si uma tradição iconográfica medieval.




A verdadeira natureza do demônio revela-se, porém, quer nas patas de ave de rapina, quer nas asas de morcego que lhe nascem das costas. No bestiário demoníaco, o morcego é um dos animais que mais frequentemente simboliza o demônio. Como se oculta nas cavernas, donde apenas sai de noite, parece ter-se prestado, melhor que nenhum outro animal, para representar o Príncipe das Trevas. Esse simbolismo é tanto mais evidente quanto, por oposição, a imagem de Cristo se encontra envolvida por uma auréola de luz que irradia da cabeça e das costas, em oposição às asas negras que saem das costas do demônio.




Na terceira tentação, contudo, ao fundo alto, do lado direito, enquanto Cristo mantém os atributos luminosos, o demônio revela a sua verdadeira natureza. Deixa cair o bastão e perde o hábito monacal, mostrando então o corpo animalesco recoberto de pelos. O fato de apresentar cauda leva-nos a interpretar a figura como combinação de morcego (asas), águia (patas) e leão (cauda e pelos). O leão pode representar Cristo, mas também o demônio, simbolismos que já vem do Antigo Testamento (Sansão e David lutam com leões e matam-nos. Recorde-se também o versículo do salmo 21 “Salva-me da boca do leão”). Este último é o simbolismo dos leões antropófagos de muitas igrejas românicas. Para o confirmar, nem precisamos de sair de Braga. Basta observar a decoração que se encontra na base da pia batismal da Sé de Braga, onde leões devoram as crianças que não forem batizados.




Luís da Silva Pereira, Professor de Arte Sacra e de Iconografia