segunda-feira, 1 de julho de 2013

Teoria da Visibilidade Pura - Escola de Viena

Teoria da Visibilidade Pura



Segundo essa corrente de estudo, a arte deve ser primeiramente analisada, não como a história da evolução técnica, ou ainda como reflexo de um contexto sócio político, ou como a história de   artistas individuais, mas sim, pelos aspectos formais típicos de um período.

A história da arte seria a história dos estilos, onde a forma presente em todos, ou quase todos  os artistas de um mesmo tempo, ou de uma mesma corrente estilística, possui um conteúdo próprio, que nada tem a ver com o tema histórico, mitológico ou religioso da obra.

A forma como um sistema de representação global, uma concepção de mundo e do espaço de uma determinada época, período, escola, enfim, de um mesmo âmbito cultural.

Segundo Argan, em seu Guia de História da Arte, se tomarmos, por exemplo, um quadro de Rafael  representando Nossa Senhora  com o menino numa paisagem, o que haveria de especial na obra? Existem várias obras com esse tema, cujo sentimento manifesto não se distancia muito deste quadro em questão.

Pois bem, se tiramos  o tema e os conteúdos afetivos  como, a terna solicitude da mãe, a despreocupação da criança, a paisagem serena e suave, verificaremos, por exemplo, que as figuras formam uma pirâmide, que se contrapõem a um vazio atmosférico de fundo, onde as linhas dos contornos se harmonizam com  as curvas delicadas da paisagem, etc.

Essas são características formais dessa  obra, e  que estão presentes em todas as madonas  de Rafael, não apenas nesta.  E ainda, presentes em outras obras do mesmo período, independente do tema , e que portanto, mostram algo mais geral e profundo, como uma concepção de mundo e do espaço, como uma representação global da realidade.

As formas como tendo um conteúdo significativo próprio, para além de um tema que comunicam, seja ele , histórico ou religioso.

Desaparece nessa análise, portanto,  qualquer conceituação sobre  apogeu ou decadência, ou ainda, de superioridade de um estilo em relação àquele que o precedeu, pois inexiste aqui, uma visão mecanicista de evolução técnica e material  da arte.
Sandra Honors
Bibliografia:
Por uma bibliografia comparada da arte - José Costa D'assunção Barros
Guia de História da Arte - Giulio Argan

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